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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

TUTORIAL MANUTENÇÃO CARBURADOR WEBER 460 CHT

Interessante o tutorial do carburador 460 weber CHT.
artigo retirado do site: http://www.escortclube.com.br
 Manutenção geral 

Aplicação: Ford Escort 1984 a 1996 (MK3, MK4 e MK5)

Retire as porcas que prendem a tampa do filtro de ar (indicadas na foto). Nos motores CHT fabricados até 1988, a caixa do filtro de ar (marmita) é oval. Nos anos posteriores, ela é redonda.
Retire as quatro porcas que prendem o compartimento do filtro de ar ao carburador com uma chave 10 mm (3/8").
Repare que existe uma vedação de borracha embaixo da fixação de metal.
Solte a mangueira indicada do corpo do carburador, e a caixa do filtro de ar se desprenderá por completo. Se o seu carro tiver válvula Thermac, solte seu duto (tubo grosso, sanfonado de cor de prata).
Visão do carburador, sem o filtro de ar.

Para retirá-lo, ainda teremos que soltar quatro cabos e mangueiras, conforme veremos nos próximos passos. Todas as referências dadas a seguir são para quem olha o motor à partir da frente do carro. 
Do lado direito do carburador, afrouxe a abraçadeira e solte a mangueira de combustível do carburador. 
Do lado esquerdo, solte o cabo do acelerador.

Primeiro, deslize a peça de metal (1) para trás, e solte a ponta do cabo. Depois, pressione simultaneamente os quatro lados da região indicada (2). Deslize o cabo pelo suporte metálico do carburador (3).
Na parte de trás do carburador, solte a mangueira do avanço à vácuo.
Ainda na parte de trás, mais acima, solte o cabo do afogador. Para isso, primeiro afrouxe o parafuso da esquerda (1), depois o da direita (2). Não é necessário (nem aconselhável) retirar os parafusos de fixação do cabo.
Com uma chave 11 mm (7/16"), retire as porcas que prendem o carburador ao coletor. São duas na frente e duas atrás. Puxe o carburador para cima, e ele deverá sair.
Visão do coletor de admissão e da junta grossa, já sem o carburador. 
Para evitar que objetos estranhos entrem na admissão, cubra o coletor com algum plástico ou jornal limpo.

Tome máximo cuidado para evitar que qualquer coisa caia dentro do coletor. De preferência, isole também as mangueiras soltas. Basta usar alguns sacos plásticos amarrados.
Vista do carburador fora do carro. Faça todo o serviço a seguir em local limpo, sem pó ou fiapos.

Retire os seis parafusos indicados na foto.
Solte a mangueira do vácuo, indicada na foto. Com bastante cuidado, e sem forçar, retire a tampa do carburador. 
Aqui podemos ver o interior do carburador. Repare que ainda há combustível na cuba. Alguns componentes e seus lugares:

1) 1º estágio;
2) 2º estágio;
3) Giclês de marcha lenta do 1º estágio;
4) Giclês principais do 1º estágio;
5) Giclês principais do 2º estágio;
6) Giclês de marcha lenta do 2º estágio;
7) Giclê de aceleração.
Interior da tampa do carburador.
Aqui vamos retirar a bóia. Para isso, use uma ferramenta com ponta bem fina para empurrar, no sentido da seta, a haste que serve de eixo e prende a bóia ao carburador. Quando ela começar a sair, puxe a outra extremidade com um alicate.
Remova a bóia, com muito cuidado para não entortar o arame da agulha (1) nem a haste da bóia (2).
Puxe a agulha para cima, e retire-a.
Detalhe da agulha (estilete, válvula da bóia).

Acionada pela bóia, serve para limitar a entrada de combustível dentro da cuba. Cuidado para não entortar o arame que engata na haste da bóia.
A bóia. Ela fica imersa no combustível na cuba. Funciona de forma semelhante a bóia de uma caixa d'água residencial. Mantém o nível constante na cuba, pois ao subir, comprime a agulha, fechando a entrada de combustível, e vice-versa. Qualquer entortada em sua haste metálica poderá desregular o nível da cuba. Geralmente, bóias são vendidas à parte, não constando nos kits de carburador mais básicos.
Detalhe da lingüeta da bóia, com a numeração.
Anote ou memorize a posição dos giclês. Desparafuse os giclês do corpo do carburador, usando uma chave de fenda.

Os giclês principais (os dois do meio) são divididos em três partes: respiros, tubos misturadores e giclês de combustível. Se os giclês do seu carburador forem os adequados para a motorização e combustível de seu carro, não é necessário trocá-los. Para saber isso, consulte uma tabela de giclês, que indicará a calibração de cada componente a ser usado no carburador.
Atente para a numeração dos respiros (giclês de ar), indicando sua calibração. Eles regulam a passagem do ar para dentro das canetas.
A numeração dos tubos misturadores (canetas). Esses tubos servem para misturar (como o nome já diz) o ar dos respiros com o combustível dos giclês.
Numeração dos giclês de combustível principais. Eles regulam a passagem do combustível para dentro das canetas.
Com um alicate, puxe para cima o giclê (gargulante) de aceleração, e ele sairá.
Detalhe do giclê de aceleração, com sua numeração (1) e seu anel de borracha (2), que será trocado no kit de reparo.

O giclê de aceleração injeta combustível para dentro do primeiro estágio sempre que o acelerador é comprimido. Serve para compensar o empobrecimento da mistura causado pela súbita abertura da borboleta, permitindo subir o giro do motor em uma aceleração. 
Anote ou memorize a posição dos difusores secundários. Utilizando um alicate, puxe para cima ambos os difusores secundários, de modo a retirá-los.
Repare que os difusores secundários possuem um orifício na lateral, que deve ficar sempre voltado para os giclês. 
Detalhe dos difusores secundários. Eles não são iguais, devendo ser colocados em seus respectivos locais. Cada um possui uma numeração (indicada na foto).

Eles recebem a mistura das canetas e, graças ao fluxo de ar entrando nos estágios, um vácuo se forma, aspirando e pulverizando a mistura dentro dos difusores primários (venturis).
Se achar conveniente, retire o suporte do cabo do afogador, para uma melhor limpeza externa. Para isso, retire os parafusos indicados.
Faça o mesmo com o suporte do cabo do acelerador.
Retire a tampa do diafragma injetor, soltando os quatro parafusos indicados.
Detalhe do interior da câmara injetora, com furos calibrados para passagem de combustível.
O diafragma injetor, entre sua mola e sua tampa, demonstrando a ordem correta de montagem. O diafragma injetor bombeia combustível para o giclê de aceleração sempre que o acelerador é comprimido.
Retire os três parafusos que fixam a tampa do diafragma suplementar.
Detalhe do interior da câmara suplementar, com a válvula de máxima (em amarelo). 
O diafragma suplementar, sua mola e sua tampa, demonstrando a ordem correta de montagem. O sistema suplementar serve para enriquecer a mistura em altos regimes do motor. Como o sistema principal do carburador não consegue fornecer essa proporção, o sistema suplementar entra em ação. Só assim o motor pode desenvolver sua potência máxima. O vácuo aciona o diafragma suplementar, que por sua vez aciona a válvula de máxima, que permite a adição de combustível à mistura.
Arranque a junta velha de baixo da base do carburador.
Se restarem pedaços da junta velha, raspe-os com uma chave-de-fenda até deixar a base totalmente limpa.

Verifique se a base está empenada. Se estiver, pode ser necessário levá-la num torneiro para aplainá-la. Base empenada pode gerar entrada falsa de ar, dificultando (ou até mesmo impossibilitando) o posterior acerto do carburador.
Visão da entrada de combustível. Retire esse parafuso sextavado com uma chave 19 mm (3/4").
Depois de retirar o parafuso, vemos o filtro de combustível do carburador. É só puxá-lo que ele sai. 
Detalhe do parafuso e filtro de combustível do carburador.
Retire o parafuso da sede da agulha para trocar a sua vedação.
Detalhe da sede da agulha e sua vedação, que será trocada pela nova do kit de reparo.
O corpo do carburador, já totalmente "pelado". Por ser um serviço um pouco mais complexo, e que requer relativamente rara manutenção, não vamos remover os eixos das borboletas. Caso apresentem folgas (folgas nos eixos geram entradas falsas de ar), é aconselhável mandar refazer os embuchamentos em loja especializada. Os estrangulamentos nos corpos do carburador são chamados de difusores primários (venturis). Na foto, venturi do primeiro estágio (1) e venturi do segundo estágio (2). Eles estreitam a passagem do ar, acelerando-o, e criando um vácuo que causa a succção do combustível. Em alguns carburadores, é possível retirar e substituir os venturis por outros de diâmetro diferente. No caso do Weber 460, os venturis são fixos no corpo do carburador, e só podem ser alargados através de usinagem.
Lateral do corpo do carburador: Veja a logomarca da Weber (1), e a numeração dos difusores primários (2). No exemplo da foto, os números são "20" e "21", o que significa que o difusor primário (venturi) do primeiro estágio tem 20 mm de diâmetro, e o difusor primário (venturi) do segundo estágio tem 21 mm.
Aproveite para lubrificar os eixos das borboletas, de modo que seja fácil acioná-los manualmente.
Indicado pela seta, o parafuso da marcha lenta.

Perceba que ele nada mais faz além de empurrar o came de aceleração de modo a limitar o fechamento da borboleta do primeiro estágio. Quanto mais fechado esse parafuso, menos a borboleta do primeiro estágio poderá fechar, e mais acelerada a lenta ficará. Evite mexer nele, a não ser que seja necessário.
Para verificar se ambos estágios estão abrindo de forma correta, proceda da seguinte forma (apenas para carburadores com 2º estágio mecânico): Vire o corpo do carburador de cabeça para baixo. 
Comprima o came de aceleração apenas um pouco, até sentir uma resistência maior. A borboleta do primeiro estágio deverá se abrir parcialmente.
Comprima até o fim o came de aceleração. Ambas as borboletas deverão se abrir totalmente.
Localize o orifício do parafuso da mistura da marcha lenta. Retire-o com uma chave de fenda pequena.
Detalhe do parafuso da mistura da lenta, com seu anel de vedação, que será substituído pelo novo. O sistema de marcha lenta funciona quando a abertura da borboleta é tão pouca que não permite que motor aspire ar o suficiente para gerar vácuo nos difusores, ou seja, quando o vácuo gerado é insuficiente para puxar combustível para a admissão. O vácuo é então captado em um furo abaixo da borboleta, que suga a mistura ar/combustível feita pelo giclê de marcha lenta e dosada pelo parafuso de mistura da lenta.
Alguns produtos que podem ser usados para a limpeza do carburador. Querosene e solvente são baratos, e podem ser adquiridos em qualquer ferragem. O spray descarbonizante é o produto mais caro (em torno de R$ 15), e geralmente é achado apenas em lojas de auto-peças. Uma dica de limpeza para as peças pequenas é retirar os anéis de vedação delas e deixá-las imersas em querosene por algumas horas para soltar a sujeira. Depois, vá passando um fio fino de nylon (pode ser corda de pesca) pelos orifícios calibrados. Não use fios metálicos, que podem descalibrá-los. Termine o serviço com o descarbonizante. Para o corpo do carburador, especialmente para o interior da cuba, use uma escova de dentes velha e os produtos indicados, de modo a soltar toda a sujeira. Jamais seque qualquer parte do carburador com panos, que podem soltar fibras e causar sérios problemas na regulagem. Deixe TODAS as peças secarem naturalmente. Lave bem as mãos após manusear essas substâncias, especialmente o descarbonizante, que é um pouco corrosivo.
Desobstrua todos os orifícios que puder do corpo do carburador com querosene, descarbonizante, e com a linha fina. Aqui, o furo calibrado da câmara injetora. 
Mais alguns locais interessantes para desobstruir.
Idem a foto anterior. Além desses, não se esqueça dos furos da parte superior, dos furos de dentro da cuba, dos furos das câmaras injetora e suplementar, dos furos dos locais dos giclês, do furo do local do giclê de aceleração, dos furos da entrada de combustível, na tampa do carburador, enfim, de todos os que se lembrar. 
Embalagem do kit de reparo do carburador.
Componentes do kit de reparo utilizado: 1 - Junta do coletor de admissão; 2 - Junta da base do carburador; 3 - Junta da tampa do carburador; 4 - Mangueira do vácuo; 5 - Mola do diafragma suplementar; 6 - Diafragma suplementar; 7 - Mola do diafragma injetor; 8 - Diafragma injetor; 9 - Anel de vedação do giclê de aceleração; 10 - Anel de vedação do parafuso da mistura; 11 - Vedação do filtro de combustível; 12 - Vedação do parafuso da sede da agulha.
Cada peça com seu correspondente anel de vedação novo. Para facilitar, coloque o anel no parafuso da mistura da marcha lenta por sua cabeça.
A vedação do filtro de combustível, já posicionada em seu local.
A tampa do diafragma suplementar (1) com seus parafusos, a tampa do diafragma injetor (2) com seus parafusos. Abaixo, os parafusos da tampa do carburador (3).
Ponha o novo diafragma suplementar em seu lugar, acomode sua mola (a menor) e os parafusos na tampa. Encaixe e parafuse firmemente a tampa no lugar.
Encaixe o novo diafragma injetor em sua tampa, junto com os parafusos. Coloque sua mola (a maior) conforme a foto. Encaixe e parafuse firmemente a tampa no lugar.
A regulagem da altura da bóia só deverá ser feita caso o carburador esteja dando falta de combustível (nível muito baixo) ou excesso, com possível transbordamento de combustível (nível muito alto). Caso seja necessário regular, faça-o pela lingüeta da haste da bóia que toca a agulha. Com a tampa de cabeça para baixo (como na foto), ao dobrar a lingüeta para cima, você estará aumentando o nível da bóia, e vice-versa. Faça-o com o auxílio de um alicate, para obter maior precisão. Para saber se a altura é certa, coloque um pouco de combustível (ou outro líquido) na cuba, um pouco acima do ponto em que o combustível jorra pelo furo de dentro da câmara injetora. Para manter esse nível, tape o furo com o dedo. Feche o carburador sem parafusá-lo, e sopre pela entrada de combustível, mantendo-o o mais horizontal possível. Se o ar do sopro não entrar, a altura é certa. Caso o ar entre, diminua um pouco o nível da bóia até que isso não ocorra mais. Depois de ajustada, a bóia deverá ficar mais ou menos paralela a tampa do carburador, quando esta estiver de cabeça para baixo, assim como na foto.
Recoloque todas as peças do carburador em seu lugar. Siga o processo inverso de desmontagem. Vide os passos anteriores deste tutorial, se necessário. Use todas as peças do kit de reparo. Muito cuidado ao recolocar o parafuso da mistura, pois a rosca dele é frágil, e se você danificar sua sede, poderá inutilizar o carburador. Parafuse-o até o fim (não o force) e volte umas quatro voltas completas. Não se preocupe muito com essa quantidade, pois a regulagem da mistura será feita posteriormente. Antes de fechar o carburador, coloque um pouco de combustível (não exagere, uns dois dedos são suficientes) dentro da cuba, para facilitar a partida.
Preste atenção à junta grossa da base do carburador, que pode ser de metal ou de baquelite. Ela deve estar plana. Se não estiver, use uma lixa fina (remova por completo os resíduos do processo) até que fique plana, ou então troque-a.
Quando o carburador estiver pronto, será a hora de colocá-lo de volta em seu lugar. Retire a junta velha do coletor. Pode ser que seja necessário raspá-la com uma chave de fenda. Para isso, forre a admissão com um saco de plástico, para que nada caia lá dentro.
O coletor bem limpo. Não deixe pedaços de junta, pois poderão gerar entradas falsas de ar.
A primeira junta a ser colocada é a do coletor de admissão.
Em seguida, posicione a junta grossa em seu lugar.
Por fim, coloque a junta do carburador.
Recoloque o carburador no seu lugar. Aperte as quatro porcas que o fixam. De preferência, dê o aperto final em cruz. É bom deixá-lo bem apertado, mas sem forçar demais. Cuidado para não espanar as porcas que o fixam.

Religue as mangueiras de combustível, a do avanço, a fina e a grossa da Thermac, o cabo do acelerador e o do afogador. Novamente, se necessário, vide os passos iniciais desse tutorial. Instale novamente a caixa de ar e o filtro, religando suas mangueiras. Se quiser, encha meia tampinha de garrafa pet de combustível e jogue dentro do primeiro estágio (o que tem a borboleta do afogador), para facilitar a partida (pode repetir o processo até funcionar o motor). Dê a partida. Assim que o carro pegar, recoloque a tampa do filtro de ar.

Deixe o motor em marcha lenta para aquecer (espere até a ventoinha armar). Se a marcha lenta não estiver regulada, use um conta-giros (ou o ouvido) para deixá-lo na rotação correta. Proceda então a regulagem da mistura da marcha lenta, da seguinte forma: Utilizando uma chave de fenda pequena, feche o parafuso da mistura (aquele na base do carburador, do lado de trás) até o motor começar a falhar, ameaçando apagar. À partir desse ponto, volte de uma a duas voltas completas do parafuso. Quem vai dizer como o carro se comporta melhor é você, depois de testá-lo. Se quiser, faça o acerto fino do carburador em outro dia, de preferência em um dia de temperaturas amenas, mas sempre com o motor quente.

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